Táxi aéreo autônomo da Airbus voa pela primeira vezEmbraer apresenta primeiro conceito de seu veículo voador elétrico para Uber
Por ora, ainda é preciso manter os pés no chão. O Passenger Air Vehicle (PAV), como vem sendo chamado, realizou mesmo um teste bem-sucedido, mas não é nada muito impressionante: a aeronave fez uma decolagem vertical, pairou no ar por cerca de um minuto e depois pousou, também em trajetória vertical. Só isso? Só. Mas, para a Boeing, esse pequeno teste representa um grande passo. “Em um ano, saímos da fase de projeto conceitual para um protótipo capaz de voar”, comemora Greg Hyslop, diretor de tecnologia da empresa. As próximas etapas serão severamente desafiadoras. A Boeing entrará na fase de alternar a operação vertical com a de voo direto, ou seja, de fazer o PAV decolar, sobrevoar determinada aérea e depois pousar. O PAV é uma aeronave de decolagem e aterrissagem vertical (VTOL, na sigla em inglês) totalmente elétrica. A autonomia de voo é estimada em 80 km com uma carga completa de bateria. O protótipo atual tem 8,5 m de largura e 9 m de comprimento, e pode transportar até dois passageiros simultaneamente.
A ideia é criar uma espécie de táxi voador. Por não exigir pista de decolagem, a aeronave pode ser usada como meio de transporte urbano, levantando voo a partir de topos de prédios, por exemplo. O passageiro não precisa ter noções de pilotagem, pois o veículo está sendo desenvolvido para ser autônomo. O projeto começou a ganhar forma pelas mãos da Aurora Flight Sciences, empresa de tecnologia aeronáutica que a Boeing adquiriu em 2017. Com o negócio, a companhia criou a Boeing Next, sua divisão de mobilidade aérea urbana. É ela que lidera os esforços de desenvolvimento do PAV atualmente. Além da tecnologia adquirida, a aquisição trouxe uma vantagem importante à Boeing: na ocasião do negócio, a Aurora já era uma das parceiras do Uber Elevate, programa que visa colocar táxis aéreos em operação em localidades como Dallas e Los Angeles até 2023. A Boeing também virou parceira, portanto. Isso faz do PAV um forte candidato a veículo do Uber Air, como o serviço de táxi aéreo vai ser chamado.
— Dennis A. Muilenburg (@BoeingCEO) 23 de janeiro de 2019 Colocar aeronaves VTOL em operação até 2023 é uma meta ousada, até porque há uma infinidade de nuances técnicas e operacionais que precisam ser consideradas. Só para dar um exemplo, o tráfego aéreo vai ter que ser todo replanejado, afinal, se o Uber Air se tornar real, aeronaves que dispensam pilotos estarão voando aos montes por aí, dividindo espaço com helicópteros e, em áreas próximas de aeroportos, aviões. Há muito o que ser feito, mas, para a Boeing é importante mostrar cada avanço, afinal, a companhia não está sozinha no segmento: a Airbus também tem um projeto de VTOL, assim como empresas menores, a exemplo da chinesa EHang. Com informações: Wall Street Journal, Wired.