Diversos cientistas estão trabalhando para criar um “pâncreas artificial”, isto é, uma tecnologia para pessoas com diabetes que controla automaticamente o nível de glicose no sangue. Um grupo da Universidade Harvard teve sucesso nessa empreitada.

Pessoas com diabetes tipo 1 não conseguem transformar a glicose em energia para o corpo. Os níveis de açúcar no sangue sobem após as refeições, causando fraqueza, fadiga e sede excessiva. Sem tratamento, podem surgir problemas nos rins, lesões nos olhos, entre outros. Por isso, os pacientes têm que injetar insulina em períodos regulares. No entanto, o excesso desse hormônio também traz problemas: a hipoglicemia (baixo nível de glicose no sangue) causa palpitações, fraqueza, visão embaçada e inconsciência. Pensando nisso, pesquisadores de Harvard testaram um pâncreas artificial que fornece automaticamente os níveis adequados de insulina.  O “órgão” — uma bomba de insulina com monitor de glicose — se conecta via Bluetooth através de um smartphone. Um algoritmo no smartphone controla o pâncreas artificial, regulando os níveis de açúcar com base em critérios como atividade física, refeições e sono. Ele vai refinando os níveis de insulina ao longo do tempo, aprendendo com a rotina do paciente; e envia os dados via 3G/Wi-Fi para os médicos.

Durante o teste de doze semanas, 30 pacientes com diabetes tipo 1 nos EUA seguiram suas rotinas diárias normais, enquanto o pâncreas artificial monitorava seus níveis de glicose e dosava automaticamente a insulina no sangue. O algoritmo MPC (controle preditivo por modelo) não tenta manter um valor constante de glicose no sangue. Em vez disso, ele define uma zona aceitável para a glicemia, e controla as variáveis (doses de insulina, horário de refeições etc.) para permanecer dentro desse intervalo. E deu certo! Os pacientes tiveram uma redução na hemoglobina glicada, que indica o “excesso” de açúcar no sangue; e também ficaram menos tempo em hipoglicemia. O estudo foi publicado na revista Diabetes Care. Ainda são necessários mais testes e aprovações regulatórias para isso chegar ao mercado, mas a tecnologia é promissora. Em 2014, pesquisadores da Universidade de Boston criaram um pâncreas artificial controlado por um iPhone modificado. E no ano passado, o engenheiro de software Jason Calabrese usou um módulo Intel Edison e software de código aberto para monitorar a glicose do filho e aplicar insulina automaticamente. Com informações: Harvard, Engadget.

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