Normalmente, transações internacionais levam dias (ou semanas!) para serem autorizadas e têm custo elevado. A proposta aqui é consertar esses problemas, reduzindo o tempo de compensação para apenas alguns segundos, aumentando a transparência e diminuindo o número de intermediários.

A iniciativa usa a plataforma de blockchain da IBM em parceria com duas empresas da área, como a Stellar.org, especializada em redes de blockchain, e a KlickEx, que vai servir como a instituição financeira faz a ponte do blockchain com os bancos, lojas e consumidores. Como já explicamos, o blockchain funciona como um sistema de banco de dados distribuído que registra todas as transações da rede. As informações são registradas em blocos que não podem ser apagados ou adulterados; diversas pessoas precisam validar cada transação, que também é criptografada. Na solução da IBM, a prática é a mesma. Depois de registradas, as transações são imutáveis e os acordos são feitos por contratos inteligentes, que também são baseados em blockchain. Dessa forma, é possível lidar com diversas moedas diferentes, sem perder na segurança ou no tempo de compensação. Todas as partes têm acesso às transações e podem participar do processo de validação.

O sistema já está processando transações com 12 conversões diferentes entre moedas nas ilhas do Pacífico, na Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido. A região foi escolhida pelo volume relativamente baixo de operações financeiras, o que traz risco menor se algo der errado. Como o blockchain tem essas características de ser um sistema descentralizado e com processo de validação diferenciado, as transações bancárias entre países realmente podem (e precisam!) ser mais eficientes. O próprio Bitcoin faz transferências internacionais desde o começo com zero burocracia ou tempo de espera. No entanto, o projeto da IBM não visa dar adeus aos bancos tradicionais. Pelo contrário: a empresa fechou uma parceria com diversas instituições ao redor do mundo, como o canadense TD Bank, o gigante japonês Sumitomo Mitsui e outros bancos das Filipinas, Indonésia e Hong Kong. O blockchain seria usado aqui apenas para armazenar e gerenciar informações e transações financeiras, e não para anonimizá-las, até para ajudar a difundir o uso e não levantar suspeitas. “A nova rede da IBM pode possibilitar que um agricultor na Samoa [país da Oceania] faça uma transação com um comprador na Indonésia. O blockchain seria usado para registrar os termos do contrato, gerenciar a documentação do comércio, permitir que o agricultor forneça uma garantia, consiga letras de crédito e finalize a transação com pagamento imediato”, exemplifica a IBM com seu novo sistema. A empresa espera que esse blockchain estimule as transações financeiras ao redor do mundo, não importando o tipo de pagamento e o valor. Será? Com informações: ZDNet.

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