Em um primeiro momento, a reportagem divulgada pelo New York Times e The Observer apontava que a Cambridge Analytica teve acesso às informações de 50 milhões de pessoas. Nesta quarta-feira (4), o diretor de tecnologia do Facebook, Mike Schroepfer, revelou que, na realidade, 87 milhões de perfis ficaram à disposição da empresa de analise de dados. A informação foi divulgada em post assinado por Schroepfer no blog do Facebook. Nele, o executivo afirma que cerca de 70,6 milhões dos usuários afetados está nos Estados Unidos. Em seguida, estão países como Filipinas, Indonésia e Reino Unido. O Brasil também figura na lista, com cerca de 443 mil contas nas mãos da Cambridge Analytica.
O texto também indica quais providências serão tomadas para evitar que casos como esse ocorram no futuro. A partir da próxima segunda-feira (9), usuários deverão receber alerta no topo do feed que informará se suas contas foram ou não compartilhadas ilegalmente com a Cambridge Analytica. Junto ao comunicado, também será apresentada uma recomendação de excluir os aplicativos que eles não usam mais para evitar novos vazamentos de dados.
A rede social também restringiu a atividade de aplicativos que usam APIs de eventos, grupos e páginas. Eles terão menos dados à disposição e não poderão ter acesso à lista de pessoas que comparecerão a um evento ou que participam de um determinado grupo, por exemplo. O Facebook afirmou que seu programa de parceria com empresas que oferecem serviços de segmentação para anunciantes será descontinuado. Além disso, os serviços que oferecem o login do Facebook como alternativa perderão acesso às informações caso não tenham sido usados nos três meses anteriores. Uma das mudanças que deverá afetar mais diretamente os usuários é o fim das buscas pelo e-mail ou telefone de uma pessoa. De acordo com a rede social, o recurso também era usado por “atores maliciosos” à procura de informações públicas em perfis. O processo de recuperação de contas também será atualizado para evitar esse tipo de atividade. Com informações: Facebook, Recode.