A pesquisa teve como base dados referentes a serviços de transporte via aplicativo em 590 municípios brasileiros entre 2014 e 2016. No período, as corridas de táxi solicitadas por serviços como 99 e Easy tiveram, em média, 56,8% de queda. Considerando apenas as capitais brasileiras, a redução foi de 36,9%. É, inegavelmente, uma consequência da chegada do Uber: o DEE estima que, para cada 1% de aumento na quantidade de corridas registradas pela empresa, houve redução de 0,09% nas viagens de táxi. Isso significa que Uber e afins conquistaram mesmo clientes que antes usavam táxi.
Mas o DEE aponta que, com o passar do tempo, os táxis conseguem recuperar as corridas, ainda que parcialmente. Isso se deve principalmente à redução dos preços oferecida na forma de descontos: considerando só as capitais, houve queda de 7,8% no valor médio por quilômetro em táxis de aplicativo; se levarmos em conta apenas as capitais do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, regiões nas quais o Uber chegou primeiro, a queda foi de 12,1%. Para o DEE, o estudo deixa claro que existe “uma crescente rivalidade ao longo do tempo entre os dois tipos de aplicativos”. Pode parecer uma conclusão óbvia, mas pesquisas como essa são importantes para mostrar que o estímulo à competitividade tem mais efeito do que proibir ou restringir amplamente uma modalidade. Nesse sentido, o DEE vê com bons olhos a regulamentação dos serviços de transporte por aplicativo, que focou em segurança em vez de impor grandes barreiras para a modalidade. Ainda de acordo com a entidade, é importante que agora haja um debate em torno da desregulamentação gradual dos serviços de táxi, principalmente em aspectos como entrada de taxistas e liberdade tarifária. Essa seria uma forma de estimular ainda mais a concorrência. O estudo completo do DEE está disponível aqui (PDF).