Cientistas transformam robô humanoide em “mestre” de Tai ChiRobôs que falam são mais confiáveis? Estudo diz que sim

Segundo os cientistas, o equipamento consiste em um monitor montado na cabeça do usuário — parecido com óculos de realidade virtual (RV) —, além de replicadores de movimento, voz e visão, possibilitando que a pessoa navegue virtualmente por ambientes remotos. “Nosso sistema permite ao usuário assumir todas as funcionalidade do corpo de um robô humanoide para interagir com outros humanos e objetos em lugares distantes, como se estivessem fisicamente no local”, explica o professor de engenharia e coautor do estudo Jejoong Kim, no artigo publicado no site International Journal of Social Robotics.

Telepresença

O sistema de telepresença faz com que o usuário se sinta integrado ao corpo do robô, assumindo os movimentos de todas as partes mecânicas do bot, como tronco, cabeça, braços e pernas. Essa interação proporciona uma experiência de presença quase real em um ambiente remoto, segundo os cientistas. Para avaliar a eficácia do sistema, os pesquisadores pediram para que alguns voluntários assumissem o papel de controladores do robô, enquanto outros foram instigados a interagir com esse bot, como se ele fosse uma imagem espelhada de seus operadores humanos. “Quarenta participantes foram designados para funções de visitantes virtuais e atores presentes. Com isso, foi possível medir alguns níveis de interação, como usabilidade, contato visual, emoção, comunicação verbal e gestual entre o robô humanoide e as pessoas de carne osso”, acrescenta Kim.

Imagem e semelhança

Durante o experimento, os voluntários interagiram primeiro com um robô estático, que não podia ser movido pelos usuários. No segundo teste, o bot só virava a cabeça e fazia apenas alguns movimentos sincronizados com seus controladores. Já na terceira etapa, o robô replicava todas as ações de seu operador de forma espelhada. Segundo os cientistas, os resultados mostraram que quando os usuários tinham um controle maior sobre o corpo robótico, com espelhamento total de movimentos, tanto o contato visual, quanto o estilo de comunicação emocional, verbal e gestual, apresentaram níveis maiores de interação entre o robô e uma pessoa de verdade. “No futuro, esperamos que nosso sistema possa ser usado para aprimorar aplicativos de telepresença que envolvam a interação remota do usuário com outros humanos. Além disso, esse método também poderia inspirar a criação de dispositivos semelhantes, baseados em robôs humanoides mais avançados”, encerra o professor Jejoong Kim.