Vacina bivalente da covid-19 deve chegar este mês ao Brasil, afirma SaúdeComo as vacinas atualizadas para a variante Ômicron funcionam?
A recomendação do uso de vacinas bivalentes em grupos de risco foi elaborada pela Câmara Técnica Assessora em Imunizações (Ctai) e compartilhada com o Ministério da Saúde. No entanto, a pasta ainda não anunciou se a orientação será seguida e nem detalhou quais critérios vão ser usados para definir quem poderá receber este novo imunizante, como dose de reforço.
Por que a vacina bivalente não deve ser liberada para todos no Brasil?
No entendimento dos médicos e pesquisadores da Ctai, faltam evidências que justifiquem o amplo uso das vacinas bivalentes. Para o grupo, as quatro doses disponíveis oferecem um bom nível de proteção contra formas graves da doença, especialmente em adultos saudáveis. Dessa forma, não se discute a possibilidade de aplicar uma quinta dose na população em geral. “Nós não temos evidência de perda de proteção para formas graves em jovens” que estão com as vacinas em dia, pontua Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e membro da Ctai, para o jornal Folha de S. Paulo. Em outras palavras, as quatro doses da vacina parecem suficientes para conter as formas graves da covid-19 naqueles que não integram grupos de risco. Por outro lado, os entendimentos podem sempre ser revistos, dependendo das evidências disponíveis. “Se entendermos que, mesmo em jovens saudáveis sem fatores de risco, tiver aumento de risco de hospitalização e de formas graves, talvez, a estratégia seja vacinar todo mundo de novo”, acrescenta Kfouri.
Entenda o que é uma vacina bivalente contra a covid-19
Vale explicar que uma vacina bivalente protege contra duas cepas diferentes de um mesmo vírus. No caso do imunizante da Pfizer, a fórmula estimula a proteção contra a cepa original do coronavírus SARS-CoV-2 — aquela descoberta no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan — e a variante Ômicron e as suas descendentes. Fora da pandemia da covid-19, esta estratégia é bastante usada na proteção contra a gripe (influenza). Os imunizantes da gripe costumam ser trivalentes ou quadrivalentes, ou seja, protegem contra três ou quatro cepas diferentes, respectivamente. Anualmente, os laboratórios reconstroem a vacina a partir das cepas que estão em maior circulação no mundo, fazendo a vacinação ser anual. Fonte: Folha de S. Paulo