Mas, se o YouTube já oferece videoclipes de graça, o que poderia convencer os usuários a comprar uma assinatura? O volume de anúncios. Lyor Cohen, do YouTube, diz à Bloomberg que o número de anúncios vai aumentar para quem ouve música. “Você não vai ficar feliz depois de ouvir Stairway to Heaven e receber uma propaganda logo em seguida”, explica ele.
Cohen é diretor global de música, e trabalhou em gravadoras por 30 anos. Ele não esconde sua estratégia agressiva: o YouTube vai “frustrar e seduzir” usuários para se tornarem assinantes, e assim silenciar o “barulho” sobre o suposto dano que a plataforma causa à indústria fonográfica. O YouTube gerou receita estimada em US$ 10 bilhões no ano passado, quase toda proveniente da publicidade, e quer aumentar esse valor vendendo assinaturas. Sim, o YouTube já vende um serviço de assinatura, mas apenas em cinco países (EUA, México, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia). Enquanto isso, o Google Play Música está disponível em mais lugares — ele custa R$ 14,90 mensais no Brasil — mas não tem a escala de seus concorrentes. O Google quer aproveitar o bilhão de usuários do YouTube para fazer seu serviço de assinatura vingar, seguindo uma estratégia semelhante ao Spotify, que oferece um plano gratuito para atrair clientes. Confesso que passei a assinar o Spotify porque cansei dos anúncios que me interrompiam entre uma música e outra. Claro, eu também pago pelo serviço por outros motivos: é fácil organizar playlists; posso usá-lo em diversas plataformas; e sempre conheço algo legal nas Descobertas da Semana. O novo serviço do YouTube já está sendo usado por milhares de funcionários do Google, e deve ser lançado nos próximos meses. Será que ele tem chance? Com informações: Bloomberg, Engadget.